O mais recente Cúpula do Mercosul deixou um equilíbrio político incerto. Por um lado, fortaleceu a vontade dos países membros em apoiar as instituições do grupo e reservar espaço para o diálogo regional, mesmo em meio a conflitos internos e agendas diferentes. A presença dos presidentes, incluindo a decisão de última hora da Argentina de participar, funcionou como um gesto político relacionado com a continuação do Mercosul como um sistema de planeamento regional. No entanto, esta mensagem positiva foi ofuscada por um revés maior: um novo atraso na assinatura do acordo entre Mercosul e o União Europeiamovido oficialmente em janeiro de 2026 após falta de consenso dentro UE.
O anúncio de que o acordo não será assinado durante esta cimeira – quando foi apresentado como a peça central e a maior conquista político-diplomática do BRASIL– declarou claramente as limitações do processo actual. “A oposição da França e da Itália reflecte a crescente dificuldade europeia em alcançar uma maioria interna em questões comerciais”mesmo depois de 25 anos de negociações.
O principal obstáculo estava novamente do lado europeu. A recusa em avançar com a assinatura foi uma resposta, desta vez, à falta de consenso no seio do União Europeiaprincipalmente devido à oposição de países como França, Itália, HUNGRIA sim POLÔNIAque decidiu estabelecer a sua posição bloqueando a ratificação do tratado no Conselho da Europa. Em geral, a pressão do grupo económico que exige equipamentos de defesa comercial para as importações da América do Sul pode ter impacto direto na definição da posição nacional.
O movimento camponês que entrou em colapso Bruxelas dias atrás apresentou um exemplo concreto dessa dinâmica: centenas de tratores e protestos massivos exigiram proteção contra a chegada à América do Sul de produtos considerados mais competitivos ou com padrões diferentes, obrigando o governo a fortalecer sua posição.
Esta situação política, juntamente com a aprovação da lei temporária que visa a protecção do sector agrícola europeu, confirma que as actuais prioridades internas são mais do que a construção de um consenso externo a longo prazo, permitindo que o União Europeia com uma escala crescente para acomodar responsabilidades comerciais amplas e de longo prazo.
Do lado sul-americano, a turbulência política é evidente. “A falta de resultados tangíveis dá origem aos argumentos de quem propõe mais abertura” para outros mercados – como CHINA ó EE. UU.– e uma revisão das prioridades estratégicas Mercosulpara não ficarmos para sempre presos a parceiros que não confirmam o seu próprio acordo. Esta medida poderá mudar a agenda comercial na região, encorajando negociações mais pragmáticas – mesmo bilaterais – face ao multilateralismo.
Se um acordo não for fechado em janeiro, esse revés poderá funcionar como uma faca. Atrasar a assinatura não só atrapalhou a narrativa do sucesso diplomático, mas BRASIL procurado, mas também expôs a tensão entre as prioridades internas e os compromissos de longa data no cenário global.
Num contexto global marcado pelo declínio do multilateralismo comercial e pelo avanço de uma estratégia mais fragmentada e pragmática, o Mercosul ainda enfrenta o desafio de definir seu caminho. A questão agora é se o grupo conseguirá se adaptar às mudanças das estaçõessalvaguardar os interesses nacionais, ou continuar encurralados em negociações que já não reflectem as prioridades ou a dinâmica do comércio internacional no século XXI.















