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Um economista e comentarista crítico das políticas de Al Sisi no Egito foi condenado a cinco anos de prisão

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De acordo com organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch e o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o caso do economista Abdel Khaled Faruk ilustra a situação de repressão enfrentada por jornalistas e críticos no Egito. Estas agências expressaram preocupação com a falta de protecção jurídica e apontaram para a falta de um processo justo neste tipo de julgamentos. Neste contexto, meios de comunicação como o CPJ destacaram a importância de garantir um sistema justo para a liberdade de expressão no país.

Um tribunal egípcio manteve a pena de cinco anos de prisão de Abdel Khaled Faruk, um economista de 68 anos e conhecido comentador crítico das políticas económicas do presidente Abdel Fattá al Sisi, segundo a Europa Press. A decisão, tornada pública na quinta-feira, mantém a punição para a difusão de “notícias falsas”, que se refere à publicação de vários artigos em que questionava o rumo económico proposto pelo actual governo, incluindo projectos de desenvolvimento urbano como a capital administrativa do Egipto.

A defesa de Faruk, liderada pelo advogado Nabeh al Ganadi, comunicou através da rede social X que o tribunal confirmou a sentença após a apresentação do recurso, que rejeitou os argumentos apresentados ao economista. Esta sentença ocorre mais de um ano após a prisão de Faruk, que ainda não foi libertado por se manifestar contra a estratégia do governo desenvolvida sob Al Sisi. Entre os temas discutidos no seu artigo crítico estavam questões sobre a economia do Egipto e o desenvolvimento de vastas infra-estruturas propostas pelo executivo.

De acordo com a Europa Press, a defesa de Faruk queixou-se ao CPJ em Outubro passado que o julgamento carecia de garantias essenciais para um julgamento justo e que os acusados ​​não tiveram oportunidades suficientes para exercer o seu direito de se defenderem. Estas alegações levantaram dúvidas sobre a integridade do procedimento e reavivaram preocupações sobre o processo judicial egípcio, especialmente em casos relacionados com a liberdade de imprensa e de expressão.

Este caso também teve impacto internacional. Tanto o CPJ como a Human Rights Watch, juntamente com várias organizações de direitos humanos no Egipto, afirmaram que a sentença de Faruk é, na sua opinião, um exemplo da crescente repressão de vozes críticas no país e das limitações estruturais que jornalistas e escritores enfrentam no desempenho do seu trabalho. Os órgãos alertaram para as tendências restritivas no mundo mediático e destacaram a falta de mecanismos de proteção eficazes para aqueles que exercem o seu direito de expressar as suas opiniões e questionar publicamente as medidas governamentais.

A aprovação do veredicto contra Faruk surge no contexto de relatórios e reclamações internacionais que apelam a uma revisão das condições de julgamento de jornalistas no Egipto. As duas fontes analisadas pela Europa Press e pelas referidas organizações confirmaram a exigência de que o governo egípcio tenha um compromisso concreto para proteger a pluralidade de opiniões e o respeito pelos procedimentos legais, especialmente nos casos em que a dissidência e a crítica pública são a base das acusações.



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