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Investigadores andaluzes obtêm microcápsulas a partir de peças fundidas de pesca que melhoram a lavagem e a piscicultura.

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A investigação identificou a extracção de microcápsulas enzimáticas de peças fundidas de peixe como uma fonte que pode ser utilizada numa variedade de indústrias, incluindo cosmética e agricultura, para além da sua utilização primária em detergentes para a roupa e alimentação animal. Tal como explica o Governo da Andaluzia numa nota citada por vários meios de comunicação, a experiência confirmou que, através do processo de encapsulamento com biopolímeros de algas e crustáceos, é possível armazenar proteínas ativas que permanecem ativas durante muitos meses e podem ser aplicadas no tratamento de manchas difíceis e para melhorar a digestão de peixes e crustáceos. As principais notícias, publicadas pela Fundação Discover e recolhidas pelos meios de comunicação, centram-se no desenvolvimento desta tecnologia por uma equipa conjunta do Departamento de Biologia e Geologia da Universidade de Almería (UAL) e do Instituto de Investigações Marinhas e Costeiras da Universidade Nacional de Mar del Plata, na Argentina.

O estudo, intitulado ‘Avaliação do encapsulamento de enzimas digestivas recuperadas de resíduos de peixes do Atlântico Sul para possíveis aplicações biotecnológicas’, foi publicado na revista Animal Feed Science and Technology. Segundo informações publicadas pela Junta de Andalucía e recolhidas pela Fundação Discover, a investigação contou com o apoio do Departamento de Universidade, Investigação e Inovação do governo andaluz, do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas da Argentina e da Associação Ibero-Americana de Universidades de Pós-Graduação. A mídia disse que foi a primeira vez que foram aplicadas enzimas do fígado de uma grande variedade de pescarias no sudoeste do Atlântico, como a pescada comum e a vara.

Na primeira fase, o especialista estudou a atividade de enzimas extraídas de resíduos de pesca, para medir a sua capacidade de quebrar proteínas em diferentes pH e temperaturas, bem como durante o armazenamento. Os resultados mostraram que a protease e a lipase extraídas mantiveram alta eficiência na degradação de moléculas complexas, característica essencial para seu uso na indústria. Conforme publicado pela Discover Foundation, o objetivo é preservar a função dessas moléculas por meio de biopolímeros baratos e facilmente disponíveis: a quitosana, obtida a partir de exoesqueletos de crustáceos, e o alginato, proveniente de algas vermelhas.

Para carregar as enzimas, os pesquisadores misturaram o extrato com alginato e despejaram cuidadosamente a mistura em uma solução contendo cloreto de cálcio e quitosana. Essa técnica, conhecida como gelificação iônica, criou microesferas esféricas com cerca de meio milímetro de diâmetro, que em seu interior são protegidas de fatores negativos como calor, oxidação e mudanças bruscas de ácido ou base. Segundo a Junta de Andalucía, parte do material coberto foi mantido no refrigerador, enquanto a outra parte foi submetida à liofilização, processo de liofilização que permite preservar a atividade enzimática em até 50% após dois meses, principalmente nas cápsulas submetidas a este tratamento, frente à grande perda daquelas que não passaram pelo processo.

A eficiência geral do encapsulamento está entre 65% e 83%, valor que os autores do estudo consideraram bom para processos industriais semelhantes, segundo a Discover Foundation. Como próximo passo, a equipe realizou testes de digestão in vitro para ver quanto tempo dura a atividade enzimática após o encapsulamento. Eles usaram a caseína, uma proteína do leite, como modelo e descobriram que as proteases foram capazes de quebrá-la completamente em menos de duas horas. Além disso, verificaram que a liberação da proteína ativa ocorreu de forma gradual, condição que amplia a aplicação biotecnológica das microcápsulas.

Segundo notícias da Diretoria, experimentos anteriores demonstraram a eficácia dessas enzimas digestivas na remoção de manchas complexas, como manchas de sangue, ao quebrar as proteínas e gorduras incorporadas na gordura, sem o uso de agentes de limpeza fortes. O novo design desenvolvido por equipes das universidades de Almería e Mar del Plata permitirá que seus produtos de limpeza durem mais na limpeza. As aplicações na alimentação de peixes e crustáceos têm se concentrado em facilitar a introdução de nutrientes nos estágios iniciais de crescimento. Francisco Javier Alarcón, investigador da UAL e coautor do trabalho, disse à Fundação Discover que o encapsulamento permite a libertação controlada de enzimas no trato digestivo, o que aumenta a eficiência dos alimentos.

A utilização de vísceras e outras partes que muitas vezes são descartadas durante o enchimento do pescado responde, conforme relatado pelo autor à Fundação Discover, à necessidade de agregar valor ao produto a partir do produto que causa desafios materiais e ambientais devido ao seu tamanho e difícil manejo. Antonio Jesús Vizcaíno, um dos investigadores da UAL que participou no projecto, afirmou em comunicado recolhido pela Fundação Discover que o método desenvolvido apresenta vantagens em termos de segurança, simplicidade e custo, dando vantagens na capacidade técnica e económica e lançando as bases para melhorar a sustentabilidade e aproveitamento dos resíduos da pesca.

A Junta de Andaluzia indicou como objectivo futuro a transferência da tecnologia para o nível industrial, utilizando reactores maiores e métodos economicamente eficientes, aspecto fundamental quando a matéria-prima provém de resíduos de baixo valor, como vísceras de peixe. Esta abordagem, alinhada com o conceito de economia circular, procura oferecer soluções ecológicas e comerciais para a indústria pesqueira e setores afins. Além das aplicações demonstradas na limpeza e alimentação de galinhas, os responsáveis ​​do estudo afirmaram que poderá haver expansão nos biocombustíveis e fertilizantes agrícolas, especialmente devido à sua forma estável, longa vida útil e baixos custos de produção, disse a Fundação Discover.



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