SÃO PAULO – Um juiz brasileiro emitiu no sábado mandados de prisão domiciliar para 10 pessoas condenadas e sentenciadas por seu envolvimento na tentativa de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder depois de perder as eleições de 2022.
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ocorreu horas depois de autoridades do vizinho Paraguai prenderem um ex-comandante de polícia condenado pelo complô e extraditá-lo para o Brasil.
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Nacional Federal, foi devolvido ao Brasil na noite de sexta-feira, após entrar secretamente no Paraguai e tentar voar para El Salvador usando documentos paraguaios. Segundo a polícia brasileira, Vasques retirou a tornozeleira na quinta-feira e dirigiu até o Paraguai em um carro alugado.
As 10 pessoas colocadas sob ordem de prisão domiciliar no sábado enfrentaram medidas cautelares, como usar tornozeleiras ou serem orientadas a permanecer no mesmo lugar todas as noites.
Entre eles está Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro. O advogado de Martins, Jeffrey Chiquini, disse a X que irá recorrer.
“Não há maior injustiça do que condenar uma pessoa pelas ações de outra”, disse Chiquini.
Bolsonaro foi condenado e sentenciado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe para permanecer no cargo, apesar de ter perdido as eleições de 2022.
O ex-presidente, que está preso desde novembro, está internado desde quarta-feira. Depois de passar por uma dupla cirurgia de hérnia na quinta-feira, sua esposa, Michelle Bolsonaro, disse no sábado que ele está em tratamento para soluços crônicos.
“Foram nove meses de tristeza e frustração todos os dias”, disse ele nas redes sociais.
O julgamento de Bolsonaro e de vários generais e policiais acusados de envolvimento na conspiração foi acompanhado de perto no Brasil, onde a democracia foi restaurada em 1985, após décadas de regime militar.
O presidente Trump inicialmente descreveu o processo contra Bolsonaro, seu aliado ideológico, como uma “caça às bruxas” e aumentou as tarifas sobre as importações brasileiras do julgamento de Bolsonaro, que ele descreveu como uma “desgraça internacional”.
Tal como Bolsonaro dois anos depois, Trump recusou-se a aceitar a sua derrota nas eleições de 2020. Trump foi preso e acusado de um crime por seu papel nos tumultos e tumultos no Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Depois de vencer as eleições de 2024, o processo criminal contra ele foi arquivado, devido à política do Departamento de Justiça e às ordens judiciais dos EUA que impedem que os presidentes dos EUA em exercício sejam acusados de crimes.
A administração Trump também impôs sanções financeiras a De Moraes, o primeiro juiz no julgamento de Bolsonaro. Mas o governo dos EUA parece ter suavizado a sua posição após a condenação de Bolsonaro.
Em novembro, Trump assinou uma ordem executiva reduzindo as tarifas sobre a carne bovina e o café brasileiros, duas das maiores exportações do país para os Estados Unidos.
Este mês, o Departamento do Tesouro dos EUA suspendeu as sanções contra De Moraes e a sua esposa, à medida que os dois países retomavam as negociações comerciais.
Aquele Pessoa e Rueda escrevem para a Associated Press de São Paulo e Bogotá, Colômbia.















